segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Nasceu!


Nasceu Juliano, mais um sobrinho querido e muito amado. Não é a coisa mais gostosa do mundo????
No mais correria, correria e aguardando as férias. Ansiosamente.

domingo, 9 de novembro de 2008

Correria!!!

Após duas semanas de aula-seminário-prova consegui parar um pouco e colocar meu blog em dia e o papo com os amigos também. A correria cansa, mas é tão bom encontrar na faculdade aqueles que a gente gosta... amigos, professores... Saber que o tempo está passando e logo estarei formada na profissão que escolhi e amo. Não tem o que pague a sensação boa que dá em pensar isso. Pai, mãe! Isso não é só pra mim, não. Eu gostaria que eles estivessem vivos, assim como minha irmã, quando se formou em Pedagogia. Mas a vida é assim: uns partem, uns ficam.
Parei. É melhor retornar amanhã. Apesar da vida ser assim, ainda dói.

domingo, 26 de outubro de 2008

Muito quente...

Ando me sentindo arrependida das vezes que joguei sal em cima das lesmas para vê-las derreter. Está um calor horroroso por aqui e eu me sinto a própria lesma, coberta de sal e derretendo! Como diz uma amiga: misericórdia!!!

domingo, 19 de outubro de 2008

Caleidoscópio

Aprendo sempre com meu sobrinho Dé, criatura abençoada. Em posse de seu poderoso caleidoscópio, gira-o que o gira e solta: "É que nem a vida da gente, né, titia?"
Colocações desse tipo surpreendem os adultos...
É sim, meu querido. A vida é como um caleidoscópio que reconfigura nossa existência a cada volta. Uma chama luminosa e ardente depois leve virada e a noite mais escura chega.. Rimas felizes, doces canções e planos fantásticos que muitas vezes dão em nada. A aurora mais vívida e aí a gente fica só, no crepúsculo mais profundo... Alternâncias entre claro e escuro, sombrio e grandioso, tristeza e alegria - "come un lampo di vita".
E assim sempre a gente espera o amanhã e uma virada do destino. Um raio de esperança com um gesto mínimo alterando todos os planos e por vezes os objetivos.
Com uma voltinha no caleidoscópio da vida, meu querido.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Praticamente da terrinha!

Muito calor em Curitiba. Não. Não há água de coco ou sorvete que dê jeito, só ficando debaixo de um teto - que não seja Eternit - e se protegendo do sol.
Ando conhecendo uns lugares legais, que em outros momentos não tive oportunidade: a feirinha do Largo da Ordem, as igrejas - a do Largo ainda reza missa em latim! - o Bar do Alemão, os antiquários, o parque Barigüi... Ah, a mesquita! Sam e eu Colocamos véu, tiramos o sapato e entramos nela. Duas Jades sem os Saids! hahaha Hoje não ia ser diferente, mas creio que o calor me fez ficar mal e passei o dia no apartamento. Aproveitei para começar a pintar os quadros pra Sam... Vou me divertir com as tintas.
Na realidade, acabei saindo um pouco à noite. Fomos ao Big ela disse que a fiz pagar o maior mico. Perguntando o por quê? Ahhh Vi duas perucas e sempre tive vontade de me ver morena ou de cabelos vermelhos. Nem pensei: parei na lojinha e pedi para experimentar as perucas. Uma pena não termos levado a máquina fotográfica para registrar o mico da Samantha... Fiquei linda, claro! Hahahaha
Amanhã é dia de visitar o sobrinho, matar a saudade daquele piazinho que não vejo desde janeiro... E a Sam já tá aqui falando que eu tenho que pegar o trem para Morretes e comer "Bareado" (o Barreado, comida típica paranaense, escrita na forma como alguns falam aqui... E parece barro!)
Pergunta mais ouvida nesses dias: Você é "catarina"? Estou quase falando que sou, mesmo porque, como diz meu amigo querido Cleverton, "Você tem cara de polaca". Tá ótimo!
Samantha disse que conheci mais pessoas aqui no prédio em três dias que ela em mais de um ano! Juro que não sei porquê... hahaha
Mais retalhinhos amanhã.

domingo, 5 de outubro de 2008

Um dia ele chega...

Há um dia no qual o amor chega. Antes disso, já se fez tudo o que podia, já se tentou tudo o que podia e já se sofreu e desistiu muitas vezes. Experiências que não podemos classificar como certas ou erradas porque tudo o que fizemos por amor naquele momento foi o melhor que poderíamos ter feito.
O amor conquista tudo, certo? Errado! Ele não trabalha com desonestidade, negação, medo ou tentativa de agradar o outro. Quando há medo, o amor não pode resistir, pois fisicamente é impossível que duas coisas ocupem o mesmo espaço ao mesmo tempo. Quando há desonestidade e mentiras, quando nos escondemos ou nos negamos, o amor não pode existir.
Caso optemos por esse tipo de relação, a dor que acabamos sentindo é imensa no corpo e assombrosa na alma.
Experimentar o amor verdadeiro é experimentar força e coragem e não certo e errado. É estar vulnerável, porque o amor nos torna vulneráveis. Ele nos traz movimento e mudança e nos faz tomar posse de nossa verdadeira identidade. Ele tem uma força tal que impulsiona o crescimento de duas almas e ainda que os descrentes digam que amar é perder a liberdade, eu digo que o amor dá asas. É a chance de duas pessoas mudarem juntas e crescerem juntas. Somar um mais um pode resultar no infinito.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Desprender: soltar-se, desligar-se (Dicionário Aurélio).

É muito bom lembrar de coisas boas: os primeiros moranguinhos colhidos na horta do avô, os passeios na praça regados à pipoca e caçulinha, fugir dos gansos do sítio – loucos para pegar perninhas de crianças sapecas, o primeiro beijo, geléia de amora com requeijão, bigode de leite...
Mamãe me contou bem cedo que a palavra recordar vem do latim re-cordis e quer dizer “torna a passar pelo coração”. Então, se as lembranças tornam a passar pelo coração e podemos escolher o que lembrar, por que machucar nosso músculo cardíaco – não é só o coração emocional que se fere – lembrando de todas as coisas que nos fizeram sofrer e o quanto nossa vida é uma lástima?
Sinto compaixão por certa pessoa. Já quis dar um chacoalhão nela, mas não funcionou. Cada pessoa tem seu tempo para acordar e o que ouvi foi: “seu mundinho é cor-de-rosa”. Então ok!
Acredito que devamos abandonar certas lembranças e tudo o que não está mais funcionando em nossa vida. A vida fica pedindo que mudemos, que abandonemos o velho, que aproveitemos o momento presente, que é um presente. A gift. Uma experiência passada já não existe mais, porém, traz conseqüências.
E não dá para carregar em nossa mala tudo o que a gente recolhe durante a viagem da vida. Na realidade, ela deve ficar bem leve para que possamos andar com um mínimo de peso. Contudo, na maioria das vezes, a chave para se desfazer dessa bagagem extra – e no caso de “certa pessoa” – é o perdão. Saber perdoar aquele que nos magoou, a humilhação que sofremos em um dado momento, o ex-amor, e, principalmente, saber perdoar a si mesmo.
Quem não fecha a porta do passado, não se abre para uma nova experiência.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Magia...

Será que não restou um só dragão? Um só bravo cavaleiro e uma única princesa andando em florestas secretas em meio às borboletas azuis?
Além das fronteiras encantadas, princesas e cavaleiros hoje se escondem uns dos outros, uns nos outros e em si próprios. Os dragões já não soltam fogo por suas ventas, mas se vestem com fracasso, com desilusão, com desesperança.
Eu creio em sonhos. Creio que nós não perdemos o escudo azul que nos protege dos dragões, porque temos algo em nós que não é poeira, é magia. E essa magia fará surgir um dia um bravo cavaleiro ou uma linda princesa que salvará nossa vida em uma história onde as forças da morte parecem e as forças da vida são.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

O post de ontem foi mesmo um desabafo.. Não dá para comparar o que se estuda com o quanto se ganha.... de forma alguma. E no trabalho entram outros interesses além do salário.
Estou pensando melhor a respeito de tudo. O que vale a pena para mim e, principalmente, o que não vale.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Desabafo

A crença em um futuro melhor para a educação no Brasil me levou às salas de aula das escolas públicas. Acreditei que eu poderia fazer a diferença na questão da qualidade do ensino - mais ou menos como aquela historinha do beija-flor que faz a sua parte e leva água no bico para apagar um grande incêndio - quando o governo parece não se importar na verdade com isso.
Deparei-me com uma estrutura de trabalho capenga, deficiências materiais e físicas, indisciplina, violência - e não é apenas da violência física que falo, não! É da moral, da psicológica, utilizada comigo e outros colegas professores.
Salário? Não sei se rio ou se choro copiosamente. Ler Lynch, Donghi, Stein, Le Goff e Bloch, entender Marx e Foucault. Tentar compreender Nietzsche para não receber um salário mínimo? O pedreiro que ficou em casa no final de semana recebeu mais pelo trabalho. Não que eu ache que o trabalho dele não valha, mas e o meu?
Não sou Madre Teresa de Calcutá. Vivo em uma sociedade capitalista e sei que não posso lutar contra um sistema que tem o intuito de criar um país de analfabetos funcionais. Talvez eu consiga fazer a minha parte quando tiver condições - e terei - sem esperar de alguma instituição pública.
A professora, provisoriamente, jogou a toalha...

sábado, 27 de setembro de 2008



Finalmente estou aqui, embarcando para a minha viagem tão sonhada: Bora Bora, Polinésia Francesa. Nem liguei para as escalas que o avião faria, tampouco para o aperto da classe econômica, afinal, brasileiro está acostumado com aperto. A recompensa seria um camarote para contemplar o paraíso.
Fui recebida pelos tradicionais colares floridos e flûtes de champanhe e então um barqueiro me levou ao meu bangalô, que ficava em um hotel maravilhoso. Avisou-me que ele seria o responsável em trazer o café da manhã todos os dias. “Igual lá em casa”. Cama king size, travesseiro de pena de ganso, hidromassagem com vista para o mar...
Após desfazer as malas e trocar a roupa, mergulhei no azul mais-que-perfeito que nem sequer um grande pintor poderia imaginar. Jantar à luz de velas, céu estrelado no fundo, sentindo a brisa do Éden... Adormeci tendo a certeza de que a vida é mesmo bela.
Ei, ei, ei! Cadê meu bangolô? Cadê o marzão azul-turquesa, cadê? – despertei com o celular tocando.
- Alô – a voz saiu como a de um coveiro fazendo hora extra em dia de feriado.
- Bom dia, aqui é a gerente do banco, tudo bem?
“Só se for com você”
- Tudo bem – disse eu, tentando ser otimista.
- Estou ligando para avisar que caiu um cheque em sua conta e você precisa depositar o dinheiro que falta antes do meio-dia, tudo bem?
“Só se for pra você”
- Tudo bem, logo estarei aí.
(...)
Porcaria. Será que se eu dormir novamente acordo em Bora Bora? O jeito era levantar e preparar o café, porque o barqueiro não viria mesmo.
- Bom dia! – disse meu pai com seu bom humor habitual – alguma novidade?
- Bom dia, pai. A gerente do banco ligou. “Ai” – respirei fundo à espera do sermão.
Depois de ouvir um sonoro “quem não trabalha não gasta”, fui ao banco. O rombo não era astronômico, mas caso não fizesse o depósito ele ficaria proporcional à distância que me separava de Bora Bora.
- Pronto. Tudo certo agora? – questionei à gerente.
- Sim, vamos até minha mesa que tenho boas notícias para você.
“E banco dá boa notícia?”
- O que acha de ter o limite de seu especial aumentado? – perguntou-me – Entaõ, eu estava olhando e vi que você não te seguro de vida e ...
Cortei-a:
- Olha, muito obrigada, mas eu não pretendo morrer nos próximos 70 anos. Tem mais alguma boa notícia?
- O contrato de seu especial vence daqui a 45 dias e seria mais fácil renová-lo se fizesse o seguro. Pense a respeito.
(...)
Adormeci com um elefante nas costas, entretanto, despertei com um som familiar: era o barqueiro que me trazia uma enorme bandeja de guloseimas. Nunca o bangalô foi tão aconchegante. Sorte minha viver no paraíso.




quarta-feira, 24 de setembro de 2008

- Vim de mala e cuia.
- Mala e o quê? – perguntou o gringo com sotaque carregado.
“Cuia”
O conforto da casa paterna havia ficado para trás e a cidade se mostrava como uma fonte inesgotável de possibilidades para trabalhar, estudar e viver.
Após um tempo de caminhada na larga avenida à beira-mar, parei em uma farmácia comprar curativos e lá permaneci por meia hora. Sabe quando você começa a crer que encontrou a pessoa certa? Pois é! O homem em minha frente fez uma ligação e me encaminhou a um banco.
- É melhor você pegar um táxi, moça – falou o balconista me alertando sobre a distância que eu teria de percorrer.
“E eu lá posso gastar dinheiro com táxi?”
- Não, não. Vou andando... Quero conhecer a cidade.
(...)
- Garota, o que você fez até os 27?
“Tive depressão!”
- Toquei violino – respondi.
- Olha – explicou sério o gerente – este lugar é muito punk, além do que você já passou da idade de iniciar um trabalho em uma instituição financeira.
- Está dizendo que estou velha?
- Não, claro que não! É que os bancos estão acostumados a recrutar moças com no máximo 22 anos para que possam fazer carreira.
“Emprego em banco é carreira ou fim de carreira?”
O gerente do trabalho punk deu um telefonema rápido e em seguida eu deixei o berçário rumo a um escritório de despacho aduaneiro, a três quarteirões dalí.
- Sente-se, por favor. O diretor está terminando uma reunião e já irá atendê-la – disse-me a esquálida recepcionista com voz de secretária eletrônica, que levantou e levou com ela meu currículo para a sala do diretor.
Tomei um bom chá de cadeira. O bom foi descansar os pés da longa caminhada da praia até o centro da cidade. Com salto.
A secretária chamou por mim e ao adentrar à sala do diretor, sendo medida da cabeça aos pés, ouvi:
- Iremos encaminhar seu currículo ao departamento pessoal e você deve estar aguardando um telefonema. É bom estar ciente de que a área de comércio exterior está parcialmente paralisada por causa da guerra do golfo – respirou – Você sabe, tudo caminha de forma lenta em períodos de guerra. Talvez até precisemos estar cortando pessoal. Acredito, sendo bastante otimista, que até o final do ano estaremos contratando. Agradeço por ter vindo.
“Já? Mas eu nem falei nada! Até o final do ano terei morrido de fome...”
- Ah! Uma pergunta... Fala italiano?
- Fiz aulas de italiano – respondi. Cursei por oito meses e parei por estar sem emprego.
- Com esse sobrenome não acredita que deveria falar italiano desde que nasceu?
- Não! – disse enfaticamente – fala russo? – interroguei-o referindo-me à placa com o nome do Dr. Gerúndio sobre sua mesa.
(...)
Decidi tomar um sorvete naquele fim de tarde. Meus pés já estavam no caco, cheio de bolhas e era hora de parar. Na primeira sorveteria que surgiu no caminho.
- Quanto lhe devo?
- Dois reais... Você não é daqui, é? – indagou o vendedor.
- Não.
- Fica até quando?
- Até quando der. Vim de mala e cuia.
- Mala e o quê?
“Deixa pra lá...”