A crença em um futuro melhor para a educação no Brasil me levou às salas de aula das escolas públicas. Acreditei que eu poderia fazer a diferença na questão da qualidade do ensino - mais ou menos como aquela historinha do beija-flor que faz a sua parte e leva água no bico para apagar um grande incêndio - quando o governo parece não se importar na verdade com isso.
Deparei-me com uma estrutura de trabalho capenga, deficiências materiais e físicas, indisciplina, violência - e não é apenas da violência física que falo, não! É da moral, da psicológica, utilizada comigo e outros colegas professores.
Salário? Não sei se rio ou se choro copiosamente. Ler Lynch, Donghi, Stein, Le Goff e Bloch, entender Marx e Foucault. Tentar compreender Nietzsche para não receber um salário mínimo? O pedreiro que ficou em casa no final de semana recebeu mais pelo trabalho. Não que eu ache que o trabalho dele não valha, mas e o meu?
Não sou Madre Teresa de Calcutá. Vivo em uma sociedade capitalista e sei que não posso lutar contra um sistema que tem o intuito de criar um país de analfabetos funcionais. Talvez eu consiga fazer a minha parte quando tiver condições - e terei - sem esperar de alguma instituição pública.
A professora, provisoriamente, jogou a toalha...
Nenhum comentário:
Postar um comentário